"Nestas eleições não se trata de escolher segundo a região de cada um, a religião ou o gênero. Não se trata de ricos contra pobres, jovens contra velhos, nem brancos contra negros. Trata-se (de uma batalha) do passado contra o futuro". Foi esse, para mim, o melhor trecho do discurso, feito ontem à noite, pelo senador Barack Obama na Carolina do Sul, para comemorar a vitória folgada (55%) sobre seus colegas de partido Hillary Clinton e John Edwards, no complicado processo de escolha do candidato (dos democratas) para a eleição dos EUA, em novembro.
Vi o discurso de Obama pela CNN (na falta de coisa melhor para fazer, numa noite chuvosa de sábado e que acaba sendo ótima para se ficar em casa). Acompanhei também os comentários dos analistas internacionais contratados pela emissora nessa cobertura da corrida presidencial. Entre eles, o repórter Carl Bernstein (aquele que, com seu colega Bob Woodward, ajudou a derrubar o Nixon no caso Watergate, no tempo em que a imprensa norte-americana era mais independente do que é hoje). Todos estão fascinados - pelo que pude notar -, com o senador e novo fenômeno político (a imprensa adora novidades).
Nem lembro da primeira vez que ouvi falar ou li sobre Barack Obama, mas acho que há dois anos comecei a me interessar por ele. O que mais me chamou a atenção nele, além de suas imensas mãos e da magreza, contrastante com aquele povo roliço do norte, foi o carisma e aquele sorriso aberto. De cara, já gostei do sujeito, e ainda nem conhecia direito as idéias dele. Agora, sou sua fã número 1 (número 2, porque a mulher dele deve ser a primeira). O cara tem pinta de vencedor, é diferente (não porque seja negro, mas porque parece ser mais sincero que os outros bonitinhos e arrumadinhos), e pode representar um sopro de novidade naquela mesmice norte-americana. Ele me faz crer que realmente deseja uma mudança nos padrões (errados) do american way of life, e não apenas fala isso da boca prá fora. Ele cita os latinos, os pobres, os negros, a classe média no mesmo tom. E isso é bom.
Digo isso de longe, sou mera observadora, e sei que discurso de político é sempre uma maravilha. Mas, algo me diz que esse magrinho, com cara de bom moço, filho de africano, com nome de muçulmano e que deu uma surra na chatinha da Hillary na Carolina do Sul, vai incomodar. Torço muito por ele, porque os Estados Unidos precisam realmente dessa ventania chamada Obama. Que bons ventos o tragam e tomara que, desta vez, os norte-americanos saibam votar.
domingo, 27 de janeiro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário