Deixa eu ver se entendi direito. Onze militares do Comando Militar do Leste, designados pelo Exército para fazerem a proteção dos moradores e dos operários do Morro da Providência, no Rio, entregaram três jovens para um grupo de bandidos na favela da Mineira, como se fosse um pacote, e esses garotos foram executados pela facção criminosa e atirados num aterro sanitário??
Eu acho que ainda não entendi. Insisto. O Exército estava lá no Morro da Providência porque o Ministério da Defesa enviou seus homens para executar e fiscalizar as obras de um projeto denominado Cimento Social, apoiado pelo Ministério das Cidades, para revitalizar fachadas de casas e telhados da favela? São esses mesmos homens, que estavam lá para proteger cidadãos e garantir o cumprimento do tal projeto, os co-autores do assassinato desses três jovens que, até onde se sabe, estavam saindo de um baile e a única arma que tinham no bolso era um celular?
Será que minha indignação me cegou ao ponto de não me deixar entender, com clareza, alguns fatos?
Até quando seremos obrigados a conviver com esse tipo de barbárie no Brasil, onde, a cada dia, um novo grupo de protagonistas se junta aos já existentes? A população favelada, como disse hoje o jornal Página 12, da Argentina, não sabe se tem mais medo dos traficantes e milícias civis ou dos uniformizados. Pobre de um país que convive diariamente com esse tipo de manchetes e nada faz para mudar a edição do dia seguinte...
terça-feira, 17 de junho de 2008
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2 comentários:
é exatamente isso, minha amiga. você (não) entendeu o que (não) tem pra entender. me lembra voltaire, o 'candido', quando, todos os personagens estropiados, ferrados, infelizes, insistem em viver "no melhor dos mundos possíveis". pois é... grande beijo. espero que já tenhas fugido do frio.
vou fugir rapidinho amigo...Pode crer. Quero fugir deste país tbém..ai.ai..
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