quinta-feira, 11 de junho de 2009

Pai nosso

Será que alguém conhece a missa da igreja São Luiz, ali na Paulista? Todos os domingos, ou quase todos, passo ali na frente e ouço uma música tocando lá fora, transmitida pelas caixas amplificadoras. Num domingo desses fiquei curiosa e entrei. Era a missa das 19h. Fiquei pasma. Mudou tudo! Está tudo interativo, como se fosse um Orkut religioso, onde as pessoas criam uma comunidade, interagem, se beijam e se dão as mãos na hora do Pai Nosso, cantam as músicas (de onde elas surgiram?), acompanhando as letras no telão (sim, tem um telão com letras garrafais para que também os ruins de vista como eu possa ler as canções sem precisar recorrer aos óculos). A banda, no altar, não pode ser mais desafinada. Tem uma cena (oops) em que as pessoas CANTAM um Pai Nosso de mãos dadas. A letra é diferente da reza falada, eu não consegui acompanhar, perdi o fio da meada. Ainda bem que, depois, a oração é entoada do jeito tradicional... eu precisava de algum ponto de identificação com as antigas missas que costumava frequentar quando era bem jovem. Mas o fato de termos de rezar de mãos dadas com gente que nunca vimos na vida, e depois nos aproximarmos das pessoas que estão do lado, atrás e na nossa frente para lhes desejar paz ou um namastê qualquer, torna tudo muito íntimo, sem que eu queira realmente participar dessa intimidade da comunidade religiosa dos Jardins.
Enfim, consegui acompanhar a missa até o final por aquele jornalzinho que eles dão no início, e que serviu para eu ter um mínimo de noção sobre o que estava ocorrendo ao longo da celebração.
Cantar eu até cantei, rezar eu rezei, dei as mãos, interagi ao máximo com quem estava ao meu lado (pena que não era um bonitão). Mas deixei de fazer duas coisas: não dei dinheiro para a riquíssima igreja católica e nem comunguei. Acho que o simples ato de entrar numa igreja, participar de uma missa e cantar um Pai Nosso com as mãos erguidas não me redimiu de todos os meus pecados.

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