sábado, 22 de dezembro de 2007

Réveillon



Preparar malas é muito bom. Cada peça de roupa, cada par de sapato, cada potinho de creme, tudo é colocado ali dentro com carinho, arrumadinhos, na doce esperança de eles façam parte de uma viagem prazerosa, plena de emoções e grandes surpresas, como estivéssemos indo para um tour dos sonhos, com cenários paradisíacos, só gente simpática nos atendendo nos aeroportos, hotéis, restaurantes, nos servindo champanhe, caviar (eu adoro!), frutas tropicais. Por isso, a preparação e a expectativa em torno de uma viagem muitas vezes superam, de longe, a sua realização.
No ano passado viajei para Nova York com um grupo de amigos (Sérgio, Regina e Bia). Estava atrás das tais emoções. Esperava que a festa de Réveillon por lá fosse, no mínimo, excitante, apesar de algumas pessoas nos terem avisado sobre o grau de empolgação dos norte-americanos para esse tipo de festa ser perto de zero. Eles tinham razão. A tal maçã caiu de um prédio da Times Square e a multidão, que esperou por horas a fio para ver essa big apple cair, se dispersou em menos de 15 minutos. Tanto barulho por nada. Foi tudo tão rápido que a gente nem chegou a tempo da comemoração, já que estávamos a algumas paradas do metrô dali, voltando de um jantar numa das poucas cantinas abertas em Little Italy. Vimos a maçã caindo pela tela de uma tevê da vitrine de uma loja, embora estivéssemos a poucos metros de Times Square. "That´s it?"Não valia a pena ir até lá. Ao chegarmos ao hotel, depois de muita explicação aos guardinhas que faziam as barreiras, a gente se divertiu mesmo foi assistindo a tal "animação" pela tevê, em cima da cama. Na tela, um patético locutor/apresentador tentava, sem êxito, "animar" os poucos gatos pingados que agüentavam naquele frio, esperando pelo show de uma banda desconhecida. Essa foi a parte mais divertida do nosso Réveillon.
Na realidade, a gente sabe que nem sempre tudo sai como o sonhado. Mesmo sabendo disso, eu sempre gosto de viajar. Meu signo Sagitário, costuma-se dizer, é o da "malinha na mão".
Por isso, não importa se avião vai atrasar de novo; se no vôo te servem comida com gosto de plástico ou, no máximo, uma barra de cereal; se a cama do hotel é mole; se o concièrge tem cara de poucos amigos; se o restaurante te cobra mais pela gorjeta, e se o Réveillon simplesmente não existir. O que importa é que estou preparando as malas e, com elas, lá vou eu contente, no meu elemento, preparada para o desafio oculto e... , desta vez, para uma cidade pequena e pacata e sem nenhuma tradição de festejos no Réveillon, Montevidéo. Algo me diz que algo BEM LEGAL vai acontecer por lá.

2 comentários:

Anônimo disse...

Babi...

Reveilon em Montevideu???????

Seria o último lugar do mundo que eu escolheria para passar o fim de ano. Mas já que voce vai pra lá, não deixe de pedir uma parrillada e se tiver mesmo afim de provar algo interessante peça uma Mojeca al verdeo com batatas fritas soufle para acompanhar.

E quem sabe a sorte no casino te seja bemfazeja...

Bom fim de ano.

Beijos.

Lorenzo

Barbara disse...

Pois não comi nada disso e adorei mesmo assim. como c pode ver...mas estiquei a Bs As para recuperar a comilança. beijos