Sempre soube que meu afilhado Gabriel, de 7 anos, era uma dessas crianças "iluminadas" vindas ao mundo para somar, dar alegrias e instigar os adultos. Mas essa constatação sempre foi baseada numa boa dose de orgulho da madrinha-coruja que sou. Iluminado ou não, ele continua me falando coisas espantosas que só a imaginação infantil pode produzir. No domingo, conversávamos eu e ele (ele adora conversar) e perguntei que tipo de prêmio ele gostaria de receber algum dia, caso merecesse muito.
Gabriel ficou pensando um pouco com aquela carinha marota e disparou: "Eu queria a imortalidade", mas falando num tom de quem cobiça um carrinho novo da Hot Wheels. Minha reação, naturalmente, foi de espanto, mas logo quis desenvolver o assunto para ver até onde iria. "Por que você quer ser imortal, já pensou que isso te daria uma grande solidão, já que todos na terra são mortais?"
"Ah, mas no prêmio eu ia pedir a imortalidade para minha mãe, meu pai e para você, e assim não ficaria sozinho", resumiu. Simples assim.
Eu não gostaria de ser eterna, de saber que estaria sempre por aqui, mas esse menino certamente ainda tem muito pra me dizer. E sua alma, esta sim é imortal.
terça-feira, 1 de abril de 2008
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