terça-feira, 8 de abril de 2008

Leilão de rico

Assisti (eu e a torcida do Corinthians e do Flamengo juntas) estarrecida ao noticiário sobre os bens do traficante Juan Carlos Abadía e colocados em leilão hoje no Jockey Club. Primeiro, pelo volume de coisas que ele acumulava na casa do Morumbi, depois, pelo número de pessoas interessadas na compra daqueles objetos que um dia pertenceram ao traficante: mais de 5 mil pessoas se acotovelando na frente do Jockey e ainda se arriscando a levar um spray de pimenta nos olhos. Bizarro.
Sempre tive a idéia de que os ricos - especialmente os noveaux riches - eram extravagantes em suas compras. Para esses não basta ter um ou dois relógios Rolex, alguns bons pares de sapatos. Afinal essas pessoas freqüentam muitas festas e é compreensível que tenham muitos sapatos, roupas de todas as cores, tecidos, estações e marcas, além de acessórios para cada ocasião. Mas fiquei pasma com o exagero. Parece que para Abadía e sua mulher não havia limites. Se era para ter um relógio, por que não ter logo uns 10? Todos caríssimos. A nossa Imelda Marcos latina, Yessica, tinha em seu closet nada menos do que 260 pares de sapatos, 70 bolsas, dezenas de cintos e 50 óculos escuros. Não precisa dizer que tudo é de griffe, nada abaixo de Dior, Cartier, Chanel. As camisetas de Abadía somavam a 170 e as femininas formavam uma montanha de 260 itens. Sem contar os móveis, eletrodomésticos, objetos de decoração, acessórios. Havia excesso até mesmo no número de plásticas no rosto do traficante (eu li que foram mais de 70!).
Tudo era superlativo dentro daquela casa milionária, um vasto mundo de consumo, agora escancarado pelas câmeras dos fotógrafos e dos cinegrafistas e colocado à disposição do grande público como um prato cheio servido ainda quente. Parte do povo que se aglomerava na frente do Jockey tinha a expectativa de abocanhar um pedacinho desse mundo quase irreal. Só que muitos não chegaram nem à porta principal e já foram barrados na entrada. O estoque acabou, é dura a realidade. Parece que nem o excesso de mercadorias, marcas e luxo foi suficiente para suprir os desejos daquelas pessoas de levar para casa um fiapo de glamour do megatraficante e a preço de banana.

Um detalhe me chamou a atenção: Abadía tinha 11 liqüidificadores na cozinha. Por que raios uma família pequena, embora rica, necessita de 11 liqüidificadores? Comentando isso com uma amiga ela lembrou bem: "Certamente ele tinha muita coisa para espremer ali". Ainda bem que há uma explicação lógica.



3 comentários:

Sônia Guimarães disse...
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Sônia Guimarães disse...

E todas aquelas bolsas, hein? Vendidas por 60 reais... rarará. Tem razão, um absurdo. Deve ser assim com quem tem demais, a pessoa nem sabe como gastar a grana.

Barbara disse...

hahaha ! a força do consumo feminino fala mais alto, às vezes, ne? Mas bem que aquelas bolsas dariam pro gasto...