sábado, 17 de maio de 2008

Cassandra´s dream

A propósito, Sonho de Cassandra não é um grande filme de Allen, e dessa fase européia dele, na minha opinião, fica bem atrás de Scoop e Match Point (este sim, um trabalho de mestre). Mas não concordo com a crítica sobre o fato de ele ter ligado o piloto automático e feito um filme preguiçoso. A tragédia anunciada está sempre presente e a música de Philip Glass cria uma tensão até o final. Colin Farrel está em seu melhor papel graças ao personagem criado por ele, angustiado, culpado, e que nos faz torcer por ele e pelo irmão Ewan McGregor (ótimo como o irmão escroque, ingênuo e amoroso). A tragédia, a culpa, os sonhos, a solidariedade, as relações familiares estão ali e nos fazem lembrar de como somos frágeis e vítimas de tentações (mesmo que sejam perigosas e criminosas) para subir alguns degraus na escala social.
E se não é um ótimo Allen, é sempre gratificante assistir a um Allen médio do que a média por aí. Seu próximo filme, estreando em Cannes nesta semana, Vicky Cristina Barcelona, já recebeu mais bombardeios da crítica. Ainda bem que eu sou só cinéfila e não ganho para escrever falando mal do cinema.



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