sábado, 19 de julho de 2008

Os freaks




O filme estreou ontem no Brasil. Eu já corri para vê-lo nesta sexta às 22h30. Saí do cinema depois da 1h da manhã, exausta por causa de um dia cheio, com excesso de trabalho, visitas em casa e noite mal dormida. Mas tive a sensação de que foi o melhor Batman de todos os já vistos na telona! Tá bom, teve a série do Tim Burton...é uma difícil escolha.

Mas Cristopher Nolan conseguiu uma densidade tão grande nos três personagens principais da história (Batman, Coringa e o promotor Dent/Duas Caras) que não tive dúvidas. Este é o melhor para mim. COnversei hoje de manhã com um menino da locadora onde alugo DVDs, ele é um estudioso de HQs e cinéfilo. Concordou comigo. "Sim, tem os do Tim Burton, mas e daí? Esse superou". Fiquei mais tranqüila, afinal não sou nenhuma especialista em histórias do homem-morcego e nem em HQs, mas gosto de cinema.

O peso de ser um herói anônimo - ou seria um vilão ao provocar mortes de inocentes às custas de sua identidade teimosamente secreta? - martiriza Bruce Wayne. Ele tem crises de consciência, está mais humano e até apaixonado (por Maggie Gyllenhaal, a juíza).
A personalidade satânica e teatral de Coringa, um freak cheio de humor e ironia, é a própria representação do mal e do caos. Impressiona. Heath Ledger, aliás, rouba a cena, é um ator sensacional com as melhores falas do filme. Sua atuação é carregada de simbolismo por causa da morte prematura. É estranho ver um vilão tão cruel, tão sagaz e tão vivo na pele de um ator já morto. E que grande ator Hollywood perdeu.
Aaron Eckhart, como o promotor Dent e depois Duas Caras, é uma das três melhores coisas do filme. Sua virada de bom moço apaixonado para a vilania carregada de rancor e desejo de vingança é um toque de mestre de Nolan.
Três freaks em evidência, três freaks em confronto, três freaks dando show.
É um filme para ser assistido com prazer, sem falar no elenco de apoio de primeira. Afinal, não é qualquer diretor que consegue Michael Caine, Morgan Freeman e Gary Oldman (sempre ótimo) como coadjuvantes. Depois da era Burton, começamos a era Nolan. Que venha o terceiro, embora seja árdua a tarefa de superar esse segundo Batman.

Nenhum comentário: