domingo, 15 de fevereiro de 2009

Del Toro, Che e os cubanos exilados...

"Che" vai estrear em março por aqui. A história dedicada ao argentino que dividiu as glórias da revolução cubana com Fidel Castro é dirigida por Steven Soderbergh. Mas, antes, sugiro às pessoas darem uma passadinha do YouTube pra conferir a entrevista com um constrangido, patético e mal preparado Benício del Toro - que vive o personagem de Che no filme - à jornalista Marlen Gonzalez, de uma tevê local de Miami. Ela é descendente de cubanos exilados nos Estados Unidos, o que explica a fúria com que trata o ator, como se ele próprio fosse o guerrilheiro. Chegou a comparar Che a Hitler. Bom, vale a pena ver o vídeo e tirar suas conclusões. Para Marlen e aos que desaprovaram o filme por ele retratar Che Guevara de forma muito favorável, Soderbergh tem uma resposta pronta (e relatada pela Folha quando da estréia em Cannes, em maio do ano passado): "Conheço bem a argumentação dos que são anti-Che e sei que qualquer quantidade de barbaridades que incluíssemos nesse filme não seria suficiente para satisfazê-los".
http://www.youtube.com/watch?v=IZGTV6FbBXM

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Dias felizes

"Foi tudo um Sonho", "O Leitor", "Ninho Vazio", "Dúvida"' - esses foram os quatro últimos filmes que assisti em menos de uma semana, e a cada vez que as luzes do cinema eram acesas eu me sentia paralisada, sem vontade alguma de sair daquela cadeira e encarar o mundo lá fora, porque sabia que ele poderia ser mais ou menos igual ao que eu vira na tela. Não sou uma pessoa pessimista. Até encaro a vida com um certo humor, e quem me conhece sabe disso. Mas esses filmes são tristes porque mostram uma imagem nada colorida da realidade e de como o ser humano pode ser cruel com os outros e, principalmente, com ele mesmo. A intolerância, a culpa, a frustração de sonhos não realizados, a rotina da vida, o cansaço dela. Temas vigorosos desses quatro roteiros com finais nada felizes e que nos fazem refletir sobre o que fazer para não acabar como alguns daqueles personagens. Me senti pesada com essa overdose de futuro sem futuro. Lembrei da Winnie em Dias Felizes, de Beckett, que vai se afundando num buraco (tempo e espaço ?) numa espera vã de que algo aconteça, embora só a cabeça esteja de fora, e, doce ironia, para ela ver os dias correndo sempre iguais.
Quis exorcizar esses cotidianos infelizes jogados na tela e que teimavam em me infernizar. Fui procurar uma boa comédia para me tirar daquele buraco de areia. E, para minha surpresa, nem precisei sair de casa para encontrar o riso. Um canal pago estava reprisando"Um convidado bem trapalhão", do grande Blake Edwards. O filme mostra um Peter Sellers em plena forma nos anos 60, no papel de um indiano, convidado para uma festa onde deu tudo errado. Poucas palavras e muitas atrapalhadas, ao estilo Jacques Tati. É de rolar de rir a cena do banheiro, onde Sellers desenrola todo o papel higiênico e, distraidamente, destrava a caixa da descarga provocando uma inundação. Entre muitas outras situações hilariantes, é decisiva a participação de um garçom que vai ficando bêbado durante a festa provocando mais tumulto ainda. Meu fim-de-semana foi salvo, e espero manter essa reserva de alegria por bastante tempo e manter meus dias felizes.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

pausa

work in progress... volto já!