sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Pobre guarda-chuva

Não lembro mais qual foi a última vez que choveu em São Paulo. E estou falando sério. O tempo seco, a falta de chuva, a umidade relativa do ar abaixo dos 20% têm sido temas recorrentes dos noticiários de televisão e jornais por aqui. A TV fala que não chove há 45 dias, eu não acredito. Pra mim, faz um século. Só vemos gente de queixando de dores de cabeça, com garganta seca, coceira nos olhos, no corpo, cansaço, hospitalizações de crianças com problemas de asma, alergias, rinites, faringite, pneumonia, e sei lá mais o quê. As roupas úmidas no varal secam em menos de duas horas. A gente respira um ar podre, cheio de partículas venenosas, ozônio, monóxido e dióxido de carbono, gases que nos fazem mal e não nos deixam respirar. O horizonte desapareceu de São Paulo há tempos e o que se vê é uma nuvem preta e densa sobre nós. O Céu? Onde ele está? Difícil dizer se aquilo lá em cima já foi azul um dia.
Nunca pensei que depois de morar em um dos lugares mais úmidos do País - Florianópolis, onde a umidade relativa do ar é de 80% o ano todo - eu invejasse aquele clima e a chuva que cai por lá. E onde foi parar o inverno? Meses de julho e agosto com temperaturas acima de 27 graus, sol forte e tempo seco! E a gente olha, atentamente, pra tevê todos os dias, na esperança de que a moça do tempo nos dê um alento e anuncie uma chuva daquelas boas, de lavar as ruas e a alma. Se isso acontecer terei de comprar um guarda-chuva novo. O meu, coitado, de tão guardado e abandonado, morreu de solidão.

3 comentários:

Кирилл Евлогин disse...

Havia chuva em São Paulo?

Barbara disse...

Agora começou a chover regularmente, Obrigada pelo contato. Abraço

Кирилл Евлогин disse...

Por favor, Barbara. O homem não é um até que sobre ele se lembra ;)