domingo, 2 de novembro de 2008

Obama

Cristãos, judeus, islamitas, budistas, xintoístas, pagãos do mundo todo, é hora de rezar. Rezar pela vitória de Obama nesta na terça-feira. Porque não vai ser fácil. O sistema eleitoral daquele País é complicado, aquelas urnas velhas, muitas descalibradas, estão trocando votos, e parece que a maioria da população vai ter mesmo de votar em cédulas de papel (nisso, damos um banho neles). Lá, o voto não é obrigatório, e os republicanos, os conservadores rednecks, seguidores de Sarah Palin - a caipira pit bull -, os cubanos exilados, os mexicanos ricos, os aposentados jogadores de golfe da Flórida, os portadores de armas de fogo da costa leste à oeste, os skin heads, os cowboys do meio-oeste, os americanos de meia idade comedores de McDonalds, todos eles acordam cedo para arrastar seus corpos imensos até os locais de votação e confirmar o nome do herói de guerra, um senhor já passado da idade, e que faria melhor se continuasse no congresso votando as leis de imigração e a libertação de alguns presos inocentes em Guantánamo.
Chega de cometer erros. O mundo deseja e grita por Obama, um mulato cosmopolita, filho de pai queniano, mãe americana, padrasto indonésio, criado no Havaí pela avó, com carreira brilhante como advogado em Chicago e militante de causas sociais. Engraçado que o slogan da sua campanha YES WE CAN - CHANGE é tudo o que nós queremos também. Náo só para os EUA, mas para o resto do mundo.
Confesso que tenho um pouco de medo desse tom messiânico imposto à campanha de Obama e da imagem daquelas milhares de pessoas seguindo seu Messias à espera de um milagre, como se ele fosse resolver todos os problemas da nação. Não será simples, a gente sabe. Mas, ele primeiro precisa vencer, instalando a esperança numa nação arrebatada pelo medo e paranóia há oito anos. A partir daí, ele poderá recomeçar a criar um país um pouco mais justo, falar menos de terrorismo e mais de paz. Porque é disso que o mundo precisa.

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