sábado, 4 de agosto de 2007

O tempo enlouqueceu...segundo D Eliza

Alguém já reparou que o clima é sempre o tema escolhido para iniciarmos uma conversa desprentensiosa com alguém, especialmente se for com algum estranho ou com uma pessoa com quem não temos intimidade? Comigo, pelo menos, é assim. Num restaurante a quilo, quando sento à mesa ao lado de quem não conheço e fico comichando para entabular uma conversa, é sobre o tempo que falo. Quando estou numa fila de cinema, ou vou pagar a conta no caixa do supermercado (e ele já me conhece), ou quando encontro alguém conhecido no shopping, é sobre o clima que comento: "Que friozinho tem feito, né? Ninguém merece tanto". Minha mãe, d. Eliza, com quem falo duas a três vezes por semana, por telefone, mora em Porto Alegre, cidade onde o inverno tem sido muito rigoroso. Por vezes, o tempo também motiva nossa conversa. "Oi, tudo bem, como está o tempo por aí?"Damos o boletim meteorológico de nossas respectivas cidades e eu comento que enquanto estamos sofrendo com o frio aqui, no hemisfério sul, dezenas de pessoas estão morrendo de calor na Europa, com temperaturas pouco acima de 40 graus, especialmente na Hungria, Romênia e Itália.
D. Eliza escuta com atenção o que eu digo, pensa e dá o seu veredito: "Pois eu acho que o tempo enlouqueceu por causa dos homens." Concordo com ela. Mas deixo ela desenvolver um pouco mais seu pensamento porque sei que vem coisa por aí.
"Se não fossem esses caras, esses astronautas, sempre dentro de um foguete, no espaço, mexendo na lua, nesses planetas todos e voando por aí, nada disso estaria acontecendo. Não é possível que essa movimentação toda lá em cima não provoque toda essa confusão aqui embaixo, com frio e chuva no sul e seca no nordeste".
Essa é a teoria de D. Eliza sobre o clima, que não conhece nada de fenômenos como La Niña ou El Niño, nem de aquecimento global, nem de emissão de gases que formam o efeito estufa. Para ela, as coisas são bem mais simples. A culpa é dos astronautas.

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