sábado, 16 de agosto de 2008

Atletas

Achei que neste ano, por ser uma Olimpíada na China e também por causa do fuso horário, eu ficaria meio indiferente aos jogos. Que nada. Minha frieza durou pouco, uns dois dias, eu acho. Acabei me viciando. Não, eu não acordo cedinho para ver a seleção de futebol do Brasil jogar com Camarões num sábado, quando posso dormir até mais tarde. Ainda não enlouqueci. Mas na sexta à noite fiquei até altas horas vendo e revendo o choro do Cesar Cielo - um menino determinado, disse que ia ganhar o ouro nos 50m, foi lá e ganhou. Sorte dele o peixe-homem com asas nos pés Michael Phelps não disputar essa prova...senão não teria para ninguém. Impressionante esse Phelps. Não parece humano. Como uma pessoa, gente de carne e osso como eu, pode ser tão perfeita dentro da água e sem ser peixe? Me dá até medo. Mas não podemos ignorar, o cara está escrevendo a história, eu acho.
Depois da emoção de ver o Cielo, garoto bonito, simpático e um pouco chorão, estava hoje, sábado, às 11h30, grudada na tevê vendo o vôlei brasileiro dar show sobre os poloneses (sempre é um prazer ver o nosso vôlei); o sufoco de Emanuel e Ricardo para vencer os russos no vôlei de praia (e russo entende de praia??) e depois, a grande prova dos 100 metros rasos, com o velocista jamaicano Usain Bolt batendo aquele recorde incrível de 9s69. Fiquei paralisada!
Nas madrugadas também fiquei ligada com as ginastas, e no que elas são capazes de fazer naquelas barras e traves. Uma americana baixinha dançava na trave de alguns centímetros de largura como se estivesse numa pista de baile! Sem nenhum resquício de insegurança no olhar. Ela estava ali para mostrar ao mundo que a trave lhe pertencia, ou era uma extensão de seu corpo. Incrível! Mas fiquei preocupada com a Jade Barbosa, nossa ginasta, tinha um rosto triste em todas as competições, parecia que ia explodir no choro a qualquer hora. Ela é uma ótima ginasta, mas me pareceu meio insegura. Coisa que as chinesas, americanas, russas e romenas não demonstravam, nem em seus piores momentos, nem quando duas delas caíram da trave. O que acontece com alguns de nossos atletas? Temos de exorcizar essa pecha de coitadinhos. Afinal, se eles estão numa Olimpíada é porque são bons e merecem estar lá. Se o Brasil vai mal nas medalhas comparado aos países campeões (sempre os mesmos) é porque lá rola muito dinheiro, muito treino, muito apoio oficial e extra-oficial, muito incentivo desde a escola primária, muita disciplina e muita motivação. Quando vamos chegar lá? Bom, vou continuar torcendo para os nossos ginastas nesta madrugada. E ainda faltam cinco dias para acabar. Estou tão exausta quanto eles.

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