sexta-feira, 12 de setembro de 2008

como ser zen?




A cidade mantém um ronco surdo e constante ao fundo. São os carros, os motores das obras, os caminhões de entulhos, o barulho das motos, tudo se junta para formar esse ronco uníssono que nunca cessa. Sem falar das sirenes, das buzinas, das freadas bruscas. O ar é pesado, meus olhos ardem e a cabeça dói. O inverno paulistano tem temperaturas acima de 30 graus, sufoca e nos mantém meio inertes e com uma sensação de torpor. Me lembro do verão de Porto Alegre, insuportavelmente quente e úmido. Aqui é tudo seco. A umidade do sul ficou para trás (isso é bom). Ladeiras íngremes, calçadas largas, muita gente na rua caminha apressadamente. Parece que todos estão atrasados para chegar a algum lugar. E devem estar mesmo. Celulares tocando a cada dois metros na minha frente, do meu lado, atrás de mim, na rua, nos elevadores, nas salas de espera, dentro dos carros. Musiquinhas irritantes sem dar trégua aos ouvidos mais sensíveis. Restaurantes lotados e comida meia-boca. Barulho, todos querem falar ao mesmo tempo e mais alto para serem ouvidos. Filas para entrar, filas para sair, filas no banco, filas no cinema, filas no metrô. Ninguém te deixa sair do trem, te atropelam antes. Ou você empurra e dá uma de mal educada, ou é empurrada porta adentro de novo. Metrôs de grandes cidades cosmopolitas não precisam ser assim. Em Nova York, Londres, Paris, Tóquio, onde os trens também são congestionados nas horas de pico, as pessoas te dão uma chance para descer ou subir, sem grandes atropelos. É só uma questão de educação.
Enfim, esse é o ritmo e o estresse de São Paulo. É preciso ser zen para sobreviver ao caos.

4 comentários:

Anônimo disse...

É preciso ser zen, eu sei! Pra mim é difícil, sinto falta desse barulho todo, desses carros todos, do metrô, etc. Essa ilha é pequena demais, algumas vezes. Rs ... Um grande beijo!

Barbara disse...

Soraya, vc que é do Rio sabe como é. O bom são os amigos te dando colo...senão, seria dureza. Beijos

Anônimo disse...

eu já considero que isso faz parte. insensibilidade, claro, de quem se enraizou nesta demência. bjs, guza

Sônia Guimarães disse...

Amiga, welcome back... Quando vamos nos ver? E a Mostra, hein? Sabado pretendo curtir as primeiras sessões da tarde e depois me recolho pra só voltar ao cinema na segunda... bj!