domingo, 10 de junho de 2007

Paraiso Tropical

Sempre gostei de dar espiada em novelas. De uns tempos para cá, a trama, para mim, ficou secundária. Gosto de acompanhar os textos; a direção; a lentidão ou rapidez com que eles tratam das situações, às vezes complicadas demais; os atores - uns são constrangedores, outros simplesmente geniais; os cenários riquíssimos (no caso da Globo, principalmente); as roupas. E fico pensando que deve ser muito difícil escrever novelas (das boas!), porque para atingir todo o tipo de público é preciso muita imaginação e sempre descobrir um gancho no final do capítulo para atrair o público no dia seguinte.
Sou bissexta, quando vejo uma novela das 8h (ou seria das 9h?) na Globo, num ano, não assisto a próxima que vai substituí-la. É uma tática para não criar um vínculo doentio e deixar de ver outras coisas interessantes nos canais pagos no mesmo horário (gosto muito de seriados Lost, The Office - criação do ótimo roteirista, ator e diretor inglês Ricky Gervais, mas isso é outra história). Pois não tenho vergonha de dizer que estou adorando Paraiso Tropical, do ótimo e sempre em forma Gilberto Braga e uma equipe de roteiristas de primeira. Muita gente já está falando do folhetim que emplacou agora no Ibope, quase três meses depois da estréia. Realmente, não tinha como não dar certo. Além da trama de Braga - um expert quando se trata de vilões e situações intrincadas -, do elenco, da edição (tudo é rápido, sem enrolação), os diálogos são muito bons, principalmente quando se trata de Bebel (Camila Pitanga) e Olavo (o fantástico Wagner Moura, um vilão carismático e com momentos engraçados); ou entre eles e Jader (Chico Diaz) ; Taís Grimaldi (Alessandra Negrini no papel da gêmea do mal) e Marion Novaes (a ótima Vera Holtz); ou Belisário (Hugo Carnava como um velho boa-vida e sem dinheiro) e sua mulher Gilda (Yoná Magalhães).
Braga e sua equipe de roteiristas acertaram em cheio. Quando o personagem de Tony Ramos (perfeito) cita o chef catalão Ferrán Adria num restaurante, ou quando Dinorá prepara um de seus barracos, daqueles que o povo gosta, eles sabem que estão agradando a gregos e troianos. Na dose certa. Transformar uma prostituta numa mulher elegante e educada (Pretty Woman?) é outra cartada inteligente para aproveitar o carisma de Bebel, até porque Camila Pitanga e Wagner Moura dão de dez a zero em Julia Roberts e Richard Gere.
Se falou muito por aí na falta de química do casal romântico Fábio Assunção e Alessandra Negrini (Paula, a gêmea boa). Besteira. A química de Paraíso Tropical está toda ali na tela, entre a novela e o espectador.

Um comentário:

Anônimo disse...

ler todo o blog, muito bom