terça-feira, 24 de julho de 2007

Crianças

Tenho um afilhado que acaba de completar 7 anos. Por ele estar em férias, dedico um dia menos corrido da semana pra ficar com ele. Gabriel diz que adora (esse é o verbo usado por ele) ficar comigo, e eu fico inchada de tanto orgulho. Acho que é verdade, porque criança não costuma mentir. Também porque faço todas as vontades dele. Brinco de bola, passeamos no parque, o levo para andar de motinho na pracinha, preenchemos juntos os álbuns de figurinhas, jogamos o novo tabuleiro do Bob Esponja - personagens dos mais carismáticos do mundo infantil e um verdadeiro ídolo de Gabriel -, e assistimos pela 10ª vez o filme do Scooby Doo.
O mais fascinante nas crianças, a meu ver, além de sua sinceridade demolidora, é a lógica peculiar. Hoje, andando na rua, vimos muitos cachorros com seus donos tomando sol. Desde pequeno Gabriel sente um pouco de medo de cachorros, embora crianças nessa idade costumem amar os cães e fazerem festinha quando vêem algum por aí. Sempre pergunto sobre esse medo, mas ele não me responde, ou só fala aquela famoso "porque sim" que as crianças costumam dizer quando não querem entrar em pormenores e já cortando o assunto. Então, eu lembrei a ele sobre a nobreza dos cachorros, pois são eles que estão cavando nos destroços do acidente da TAM à procura de corpos (depois me arrependi de ter tocado neste assunto com uma criança), e são sempre a eles e ao seu faro que os homens recorrem em horas difíceis e trágicas. Que são os cães nossos fiéis companheiros e nunca nos abandonam ou nos traem. Enfim, depois de fazer a apologia ao bicho ainda cravei o clichê: "o cachorro é o melhor amigo do homem". E ele, de pronto e com a sua lógica infantil, rebateu sério: "e das mulheres, não?"
p.s. - eu também A D O R O estar com meu afilhado, e nada aquece mais o coração do que aquele pingo de gente vir beijar e abraçar a gente de manhã, dizer bom-dia e nos acordar às 7 horas de uma fria manhã de inverno.

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