sexta-feira, 13 de julho de 2007

A festa do esporte

Ainda sob o impacto da festa de abertura do Pan, no Rio de Janeiro. Foi emocionante ver um espetáculo com a cara do Brasil, suas cores, sua alegria e a sua música. Os mais de 1.500 ritmistas de escolas de samba tocavam Brasileirinho na recepção aos atletas dos 42 países - uns com delegações imensas, outros com apenas dois participantes, a minúscula equipe de Dominica, na América Central. O maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, um animado porta-bandeira à frente de mais de 800 elegantes atletas brasileiros que sambavam com seus chapéus amarelos; a brava Elza Soares cantando o Hino Nacional com tanta emoção que levou muita gente às lágrimas. Momento mágico: o menino baiano Kainã, de apenas 12 anos, toca um tambor e lidera os 1.500 percussionistas no estádio. A platéia delira. A coreografia montada com 4.500 voluntários para a dança da fauna e flora, seguida do movimento das águas - com a praia de Copacabana como tema -, as manifestações folclóricas do Boi de Cara Preta, Cazumbá, Carrancas; as músicas de Tom Jobim, Caymmi, Carlos Gomes, Villa Lobos, Ari Barroso. A alegria dos atletas veteranos, medalhistas de ouro em competições em Barcelona, Cuba, Atlanta, carregando a tocha olímpica, faísca para iluminar o imenso sol dos jogos pan-americanos e ao som de Cidade Maravilhosa, com Daniela Mercury. Foi bonito de ver.
Com uma ajudinha de produtores da Disney, mas também de carnavalescos brasileiros, mostramos nossa capacidade para montar espetáculos de alto nível em competições esportivas, porque optamos pela simplicidade e pelo que temos de melhor neste país: a criatividade e a energia do nosso povo.
E estou certa de que todas as pessoas que lotaram o Maracanã esta tarde saíram de lá felizes e orgulhosas. Mas ao menos uma deixou o estádio muito constrangida, o presidente Lula, vaiado ruidosamente por três vezes pelas 90 mil pessoas. Aquele não era o momento dele. Ainda bem que chegou calado e calado ficou, afinal era um momento de festa.

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