domingo, 27 de maio de 2007

Pensamentos

Dois meses depois de lutar contra aquela formatação limitada do blog do Terra, em que não podia sequer aumentar a letra da fonte - e boa parte de meus amigos já está com mais de 40 - ou incluir links e sites bacanas de amigos, decidi abortar a operação e partir para uma coisa mais, digamos, moderna e atualizada como esse blog hospedado no Google. Fácil, interativo, cheio de recursos e, o melhor, posso aumentar a letra! O único problema é que ao copiar os textos que tinha feito no blog antigo eles vieram parar aqui com uma data única, e fica parecendo que eu escrevi tudo num dia só. Ou seja, dá a impressão de que não tenho mais nada na vida a não ser ficar aqui nessa tarefa, às vezes inglória, de escrever para mim mesma, sim porque não tenho nenhuma veleidade de achar que alguém, além de mim e alguns amigos para onde mando os links de vez em quando (sim eu faço isso! oh céus, o desespero!)lêem estas linhas.
Mas não importa, como já falei para um amigo também blogueiro e com as mesmas reflexões sobre as razões de escrevermos para nós mesmos, o que vale é o exercício, seja ele na primeiraou na terceira pessoa. Não sou uma escritora, nem tenho o talento de algumas pessoas para tal, mas gosto de escrever. E este é um espaço democrático onde posso colocar minhas idéias, questionamentos, angústias, alegrias, e que podem ou não ser compartilhadas. Se forem, melhor, se não, serve como exercício.
A propósito, li recentemente o livrinho de bolso A Arte de Escrever, da editora L&PM, com ensaios do filósofo Schopenhauer, também poliglota e um furioso crítico da linguagem "moderna" (ele escreveu os ensaios no século 19, mas suas idéias são tão atuais que parece tê-las manifestado ontem). O livro nos mostra o quando os escritores (ou que estão nesse caminho)podem aprender com esse alemão, meditando sobre suas reflexões críticas, afiadas e até engraçadas, sobre "o ato de pensar, a escrita, a leitura e as obras de outros escritores". O livro até já foi comentado pelo meu amigo Sergio Roveri no blog dele, mas como considero ser uma leitura recomendada, principalmente para quem escreve, resolvi também postar aqui. Não concordo com algumas idéias mais radicais de Schopenhauer a respeito de alguns escritores, mas, no geral, assino embaixo.
Destaquei um trecho que achei interessante: "Um livro nunca pode ser mais do que a impressão dos pensamentos do autor. O valor desses pensamentos se encontra ou na matéria, portanto naquilo sobre o que ele pensou, ou na forma, isto é, na elaboração da matéria, portanto naquilo que ele pensou sobre aquela matéria"...e "(...)O mais belo pensamento corre o perigo de ser irremediavelmente esquecido quando não é escrito, assim como a amada pode nos abandonar se não nos casamos com ela".

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